Durante mais de uma semana todo o noticiário do Brasil ficou centralizado nesse caso do seqüestro causado pelo ex-namorado da adolescente Eloá em Santo André –SP, que manteve em cárcere privado, além da sua ex-namorada outros três adolescentes. O final do caso foi trágico e a comoção tomou conta de todo o país.
Com as emoções controladas, é hora de refletir sobre todos os aspectos desse caso e tirar grandes lições. Análise sobre o comportamento dos órgãos de imprensas, polícia, governantes, legisladores, justiça do Brasil, defensores de direitos humanos, as famílias, os jovens e seus limites e o público em geral.
Cada um faz suas próprias conclusões. Eu também fiz a minha reflexão e tirei as minhas, que passo a expor abaixo, que não poderão ser as mesmas dos leitores deste texto.
Primeiro sobre a imprensa. Poucos veículos que cobriram o caso se limitaram a fazer uma cobertura jornalística responsável. Uns até poderiam ser responsabilizados pelo trágico desfecho do caso. Houve mais preocupação em concorrer pela audiência que qualquer outra coisa. Acho que deveriam ser modificadas as leis nesse caso ou pelo menos aplicar as já existentes com grande rigor, punindo implacavelmente essa irresponsabilidade.
A polícia é até difícil de analisar. A maioria da imprensa está culpando os negociadores e a ação da polícia, bem como a maioria da população, induzida por essa imprensa, que como já analisei, foi completamente irresponsável neste caso. Esquecem da dificuldade imposta pelo caso. Dificuldade por não se tratar de um criminoso comum; dificuldades impostas pela nossa legislação, pois em outro país esse bandido não permaneceria vivo até o segundo dia do seqüestro, atiradores de elite já teriam solucionado o caso; a opinião pública mobilizada por uma imprensa reprovável, onde despreparados se sobrepunham aos negociadores da policia, fazendo contatos diretamente com o bandido; a falta de um melhor preparo da policia também não pode ser ignorado. Considero inútil a discussão sobre o momento da invasão, se a policia agiu certo ou errado, se invadiu antes ou depois do bandido dar o primeiro tiro. Acho que invadiu quando julgou que era a hora e deveria ter feito isso muito antes, pois teve oportunidades para isso, somente não o fez perturbada pela reação que a opinião pública teria. Bandido tem que ser tratado como tal, não existe nenhum bonzinho.
Sobre os governantes brasileiros, em todos os níveis, vou me limitar a dizer simplesmente que são irresponsáveis, incompetentes, politiqueiros, interessados apenas em si próprios, seus grupos e seus familiares e o povo é apenas o que vai pagar a conta.
Os legisladores se enquadram no item governo. Não se preocupam com o povo e só vêem seus próprios interesses. Deveriam perder este espírito de tolerância e tomar o Brasil a sério.
A justiça no Brasil é muito tolerante, flácida e mais preocupada com teorias inúteis, com seus polpudos salários, suas regalias e privilégios, que com os fatos reais e a população.
Quanto aos defensores de direitos humanos, acho que deveriam levar os bandidos das cadeias para suas casas, sustentá-los e se responsabilizarem pelos seus atos, aliviando desta forma os ônus que a população tem com esses vagabundos. Na verdade não são defensores de direitos humanos, são apenas defensores de bandidos e deveriam estar presos com eles. Não vejo eles se preocuparem com as viúvas e nem com a criançada que ficam penando por esse mundo, após a ação dos marginais.
Quanto às famílias as vejo em decadência. Com famílias estruturadas estes casos são minimizados. A partir do criminoso, que sabemos que foi criado por tia e avó. A família da menina não é só vítima no meu entender. O erro de tudo já teve seu começo aí. Pai e mãe que se preza orienta e protege seus filhos, não permitindo que uma criança com apenas 12 anos, quando começou o seu namoro, seja dominada e usada por um marmanjo qualquer e de maior na época, cujo final todos sabemos como ficou. Acho que instituições de proteção de menores e adolescentes, que estão omissas neste caso, deveriam se preocupar com isso e talvez até enquadrar e indiciar a família da menina por omissão.
Os jovens adolescentes é um tema muito complexo. Esta idade nunca foi fácil de se lidar e hoje em dia está mais difícil ainda. Os meios de comunicações tomaram conta da sua educação. Dificilmente escutam os pais e a família mal estruturada e mal preparada não consegue impor limites, como antigamente.
A população em geral sempre tem o mesmo comportamento, como há milhares de anos. Nem os estudiosos sobre o assunto ainda conseguiram decifrar a mente humana por completo. É movida pela emoção e facilmente manipulável. Lembremos de Jesus Cristo e a atitude do povo na época. Crucifica-o! Crucifica-o!
Quanto ao bandido, acho que nem precisaria perder muito tempo com ele. Deveria receber os mesmos maus tratos que dedicou às suas vítimas e ser fuzilado em praça pública, para servir de exemplo e desincentivo aos outros.
Quanto à doação dos órgãos da menina, acho que é o mínimo que a família conseguiu fazer por ela mesma, para buscar um pouco de conforto e consolação, que não terão jamais.